Empresas do setor energético já não podem melhorar suas melhores práticas. Há uma forte necessidade para uma nova estratégia sustentável que otimizará operações antigas e lidará com os desafios da energia renovável.
Neste artigo, discutiremos:
- As ameaças e oportunidades enfrentadas pelo setor energético,
- Estratégias que podem ser utilizadas para lidar com estes desafios e
- Exemplos de Indicadores Chave de Performance que podem ser utilizados.
Principais ameaças e oportunidades para a indústria energética
PwC em sua Pesquisa de Energia & Serviços Globais 20151 entrevistou 70 executivos sêniores de empresas de energia e serviços de todo o mundo. A maioria deles (97%) concordou com uma importante disrupção do mercado em 2020 e prevê (73% dos executivos entrevistados) grandes transformações no modelo de negócio.
Mudança climática, escassez de recursos e descobertas tecnológicas levarão a uma reformulação da indústria energética. Já vemos isto na forma de:
- Aumento na geração distribuída
- Expansão da energia renovável
- Tecnologias eficientes em energia
- Veículos elétricos
- Cidades e casas inteligentes
Empresas como IKEA, Walmart e Apple mudaram para eletricidade renovável e estão focadas em reduzir sua pegada de carbono. E há projetos ainda mais ambiciosos, como abastecer Munique 2, uma cidade com uma população de mais de 1.3 milhões de pessoas, com eletricidade sustentável até 2025.
Uma estratégia para uma empresa do setor energético
Não importa sua posição atual no mercado, qualquer empresa do setor energético precisa se preparar para as mudanças que estão acontecendo hoje. Obviamente, estas mudanças não podem ser feitas da noite para o dia. Por isso, uma estratégia atualizada deve levar dois temas em consideração:
- Sustentabilidade.3 Otimizar operações atuais, onde a principal tendência será reduzir o impacto ambiental, principalmente focando em sistemas energéticos baixos em carbono.
- Energia Renovável. Trabalhar em novas tecnologias energéticas que são mais sustentáveis do ponto de vista ambiental e econômico.
Um bom exemplo desta abordagem é a Pacific Gas and Electric Company (PG&E), que reconhece o ambiente dinâmico (uma popularização da energia solar e veículos elétricos na Califórnia) e vê seu papel ao investir na infraestrutura subjacente. Esta é uma forma excelente de lidar com o desafio de geração distribuída.
Outro exemplo é a maior empresa de energia da Índia, Tata Power. Enquanto otimizam sua produção baseada em carvão, eles estão investindo em 4 sistemas de recursos de energia distribuída e várias tecnologias para a geração de energia renovável.
As principais empresas petroleiras incluindo Shell, Total e Chevron estão focadas em expandir seu portfólio de energia limpa (solar, eólica, biogás)5.
Novos players, de certa forma, estão em uma melhor posição, já que possuem a oportunidade de construir suas estratégias do zero sem precisar apoiar tecnologias de legado. Por exemplo, a Tesla Energy6 possui o objetivo ambicioso de alcançar uma geração de energia com zero emissão.
Um Scorecard Estratégico para a empresa de produção energética
Pensar sobre estas mudanças no formado do modelo de execução estratégica do Balanced Scorecard, podemos focar nestas direções.
Finanças
Aqui, podemos mapear as expectativas dos acionistas do negócio.
Objetivo: Aumentar o Retorno Total para os Acionistas
Possíveis indicadores:
- Retorno total ao acionista
- Retorno no capital aplicado
Você também pode querer monitorar a renda gerada pela energia produzida de combustíveis fósseis e fontes renováveis.
Clientes
Nesta perspectiva, precisamos mapear a expectativa dos clientes em relação à empresa. Estas podem ser:
Objetivo: Criar produtos energéticos que beneficiam os clientes
Por exemplo: criar um produto que reduz custos energéticos. Este objetivo pertence ao tema “Sustentabilidade” que foi descrito acima.
Objetivo: Ajudar clientes a reduzirem seu impacto ambiental
Por exemplo: reduzir sua pegada de carbono. Este objetivo pertence ao tema estratégico “Renovável”.
Interna
Na perspectiva de “Processo Interno”, precisamos mapear os objetivos que assegurarão que os objetivos especificados na perspectiva do Cliente acima sejam alcançados.
Para o tema “Sustentabilidade” pode haver 2 objetivos:
Objetivo: Melhorar a eficiência e eficácia operacional
Indicadores de tendência alinhados:
- Taxa de substituição de reservas (%)
- Produção bruta média (mboe/d)
- Disponibilidade de usinas (%)
- Custo de Busca e Custo de Desenvolvimento (por boe)
e
Objetivo: Reduzir o impacto ambiental das operações
Indicadores alinhados:
- Emissões de gases de efeito estufa
- Taxa de reciclagem de lixo, %
- Consumo de água
Em relação ao tema “Renovável”, o objetivo pode ser formulado de forma geral, como:
Objetivo: Implementar tecnologias de energia sustentável
Indicadores alinhados:
- % de energia produzida por fontes renováveis
- Confiabilidade da infraestrutura, %
Se você precisa ter mais métricas focadas no processo, é útil focar em dois segmentos:
- Ascendente (exploração, desenvolvimento, produção e armazenamento) e
- Descendente (manufatura, transportação e fornecimento).
No caso de grandes empresas, uma boa ideia seria separar fundos de capital de risco relacionados aos investimentos sustentáveis do negócio existente, de acordo com Andreas de Vries 7, senão, o impacto inovador destes fundos será limitado.
Aprendizado e crescimento
Finalmente, na perspectiva de “Aprendizado e Crescimento”, uma organização precisa moldar suas direções de aprendizado.
Objetivo: Encontrar e implementar tecnologias energeticamente eficientes (pertence ao tema sustentabilidade)
Objetivo: Encontrar avanços tecnológicos baseados em energia renovável (pertence ao tema energia renovável)
Objetivo: Fornecer um ambiente de trabalho seguro
Indicadores alinhados:
- Taxa de lesões ou sua Frequência de Tempo Perdido Devido a Lesões (LTIF) equivalente
- Rotatividade dos funcionários, %
Os objetivos de aprendizado mencionados podem ser detalhados no scorecard para inovações que ajuda a formalizar e monitorar o funil de inovação.
Encontrando indicadores mais específicos
Como você pode ver, nem todos os objetivos possuem indicadores alinhados a eles. Você pode utilizar o nosso sistema de KPIs para encontrar indicadores mais específicos que serão customizados para sua organização.
Se você precisa de mais fontes de inspiração ou benchmarks, você pode ver os KPIs utilizados por outras empresas do setor energético:
- BP Global – Nossos indicadores chave de performance
- KPIs da Shell
- KPIs da Statoil (veja a página 12)
- KPIs da Tullow Oil
Automação por software
O mapa estratégico que mostramos neste artigo foi produzido com o software BSC Designer. Você pode utilizar este modelo e customizá-lo para suas próprias necessidades. Ele está disponível no BSC Designer Online baseado em nuvem (veja a versão online agora).
Conclusões
O cenário da indústria energética está mudando rapidamente. As empresas energéticas estão em um período de transição e têm uma oportunidade de se tornarem mais sustentáveis com operações antigas e também adicionarem novas tecnologias renováveis em seu portfólio de serviço. Ter um mapa estratégico bem desenvolvido é uma excelente forma de comunicar uma nova estratégia sustentável aos funcionários, clientes e acionistas.
O que você acha da sustentabilidade como uma estratégia para empresas energéticas? Você possui exemplos positivos ou negativos? Sinta-se à vontade para compartilhar sua opinião nos comentários.
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Mais sobre planejamento estratégico
- PwC Global Power & Utilities Survey 2015 ↩
- campanha de expansão da Energias Renováveis SWM ↩
- Sustainability Balanced Scorecard, Aleksey Savkin, 2019, bscdesigner.com, ↩
- TATA POWER: Lighting up Lives! ↩
- Shell Leads Big Oil in the Race to Invest in Clean Energy, Timothy Abington, Kelly Gilblom, Bloomberg LP, 2019 ↩
- Tesla Energy ↩
- Thinking the Unthinkable: Strategy Options for an Age of Disruption in the Energy Industry, Andreas de Vries, Elektor Magazine, 2015 ↩
Alexis é um Consultor Sênior de Estratégia e CEO da BSC Designer, com mais de 20 anos de experiência em planejamento estratégico. Alexis desenvolveu o “Sistema de Implementação de Estratégia em 5 Passos” que ajuda empresas na implementação prática de suas estratégias. Ele é um palestrante regular em conferências do setor e publicou mais de 100 artigos sobre estratégia e gestão de desempenho, incluindo o livro “Sistema de KPI em 10 Passos”. Seu trabalho é frequentemente citado em pesquisas acadêmicas.
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